Era uma vez um menino que vivia sentado em baixo da última árvore no fundo do quintal de casa. Por entre as brechas dos galhos ele podia ver os raios do sol. Tão amarelos cedo e muitas vezes laranjas ao fim do dia.
Certa manhã percebeu que o verde das folhas não combinavam com o amarelo doce e suave do sol. Pensou que uma cor mais escura fosse de melhor agrado. Foi então que decidiu mudar a cor do sol.
No fim da tarde subiu a copa da árvore e se esforçando para não sair do ângulo exato em que sua visão habitual, no pé da árvore, fazia com que o sol ficasse entre os ramos das folhagens, pintou de vermelho três galhos.
Novamente ao chão, sentou-se e ao olhar para cima sorriu, mas dois minutos depois observou que não havia muito sentido em um sol vermelho, pois naquele período da tarde ele já ficava tão laranja que parecia um vermelho.Além disso, o vermelho era forte demais para ser o ponto certo entre a suavidade da natureza. Não contente resolveu trocar de cor.
No dia seguinte, munido de uma aquarela , subiu novamente na árvore e coloriu as folhas conforte o gosto de cada ramo. Ao descer se deparou com um arco-íris particular e sempre presente, talvez não nos mesmos formatos, mas só seu.
Ao contrário dos arco-íris convencionais, aquele em seu final não havia potes de ouro, ou duendes e gnomos. Ao fim do arco-íris havia um menino, sentado, observando o céu, o sol e o colorir de uma imaginação que buscava mudar seu mundo a partir das circunstâncias que lhe eram impostas.
Ao imaginar que o sol tivesse outra cor, recebeu em troca a chance de trocar de cor, trocar a cor de seu sonhar e de seu iluminar.
E ao cantarolar dos pássaros, que viram naqueles mesmos ramos coloridos, oportunidade de gerar vidas e seus ninhos ganharam cor, sentava todos os dias a observar as nuvens e balançar dos galhos conforme a dança do vento.
Ele só queria que o sol mudasse de cor e assim o fez.
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