Pequenas história de um pé pequeno que buscavam passos largos. A contradição de uma vida na distância dos seus atos. Os afazeres todos os compõe e os dispõem em suas limitações. A fatídica falta de privilégios sempre foi um mal a ser depenado.
Se o desenrolar dos acontecimentos sempre ancorassem em um porto de um mar calmo, o pequeno pé não iria tão além. Comparar passos e contos não o limitavam, o aumentavam em sua angústia da busca pelo futuro.
Pés descalços em beira de praia, soa como bossa nova, mas desperta como barulho de construção. A leveza do percurso não fazia parte dos planos do caminho. Segue dois, três. Curtos, mas não obsoletos. Segue quatro, cinco confusos e extensos. Segue oito, nove contidos, lentos.
O realejo ao fim da orla tira a sorte dos ligeiros pequenos pés e diz que a crônica do cotidiano nunca irá limitá-lo. Prêmio de consolação para o segundo lugar não tira o sabor da derrota.
Pés calçados em fins de abril, grama rala e molhada. O tão maduro e quieto acontecimento não releva os pés. Segue-se adiante a passos de elefante.
A sabedoria de pés que brandam por clamor e vontade. Tire os pés da lama e os afunde em jacas, para rir, chorar e lamentar. O condutor da alma fica distante do coração e muito mais além da cabeça. Pode-se vê-lo lá de cima, mas nunca tirá-los do rumo.
Pés descalços no concreto. Te engolem na realidade da cidade que te consome. Desnuda seus planos e engraxa seu percurso. A desilusão é o temor da caminhada, mas sem ela os passos vão para trás.
Avante como um raio em dias quentes, pequeno como sua extensão em dias frios. Chuva escorrega, mas não derruba.
Pequenas crônicas de pés pequenos e dias largos. Calçado que aperta acelera a volta. Sandália solta afrouxa a alma. E o realejo sortido sorteia a sorte de mais um caminho.
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