Nunca se leu, escreveu, compartilhou tanta
intolerância na internet como nas duas últimas semanas. A explosão de falta de
informação e pensamentos sordidamente alienados a respeito da invasão e dos
protestos em uma grande universidade despertou e disparou com força o sinal de
alerta. As pessoas não procuram saber a versão dos fatos, ou melhor, as duas
versões dos fatos antes de espalharem, espancarem, metralharem argumentos e
incitações de violência gratuita via internet. Antes pelo menos as pessoas
fingiam que liam, elas ignoravam. Não venho dizer que ignorar era melhor do que
se expressar, a questão aqui é como se expressar. Todos têm direito de
protestar, concordar e discordar de inúmeros fatos, mas ninguém tem o direito
de dizer “desce o cacete que é o que eles merecem”.
O Brasil é um país de poucos e muitos. Poucos são
aqueles que se preocupam, se levantam, trocam de canal. Muitos são aqueles que
compartilham emails de solidariedade e indignação, mas se mantém sentados no
mesmo canal. A vida deixou de ser cor de rosa e passou a ser verde. Verde da
sustentabilidade mal entendida, da coleta de lixo seletiva que não é tão
seletiva assim, verde de “eu como mato e mudo o mundo”. Não existe essa utopia
barata vendida na TV e na internet de que é jogando lixo na lata vermelha ou
amarela que você vai salvar o planeta. São pequenos gestos pessoais. Sim, isso
tudo funciona, mas se você realmente está dentro do processo. Qual o caminho?
Comece lendo as duas versões da história. Desacredite mais.
O povo precisa de comida, diversão e arte.
Acessível não excludente. Brasil um pais de poucas palavras, pouca leitura.
Quer mudar o mundo? Pare de achar que a violência é o primeiro passo. Desconsidere
mais o que te dizem. Leia a coluna de política no jornal. Incentive a educação.
Não julgue.
São essas palavras semelhantes aquela que você
receberá no email de fim de ano da empresa em que trabalha, são as mesmas, só
inverta o sentido e passe a olhar menos para a ponta dos seus pés, pise adiante
com os olhos abertos.
O senhor da razão é aquele que sopra em seu
ouvido palavras que ninguém diz, nem você mesmo.
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