A
sensação. Paira como uma brisa afasta-se lentamente. Era tarde de domingo,
tenso e densamente povoado. Pessoas ao redor causavam o reboliço de muitos
passos, o som que vinha do andar de cima fazia seu cabelo arrepiar ao pensar do
porque precisam caminhar pela casa toda?.”desOrganizado mundo meu” dizia a
plaquinha que pendurara verão passado em sua última faxina de planos, papéis e
sonhos.Sabe-se pouco sobre, mas nunca o suficiente para não buscar mais. A
curiosidade das pessoas é como um sala cheia, não adianta você se mexer, alguém
vai sempre estar esbarrando. E elas não deixam de lotar.
O
almoço estava servido, no jardim corriam algumas crianças, primos distantes,
nova geração enjaulada que ao ver o verde já se sentem livres. O resumo de
poucas coisas tornara-se irreal demais para ela. Desejava que Paulo estivesse
lá, dividir essas sensações de solidão e presença com alguém que pelo menos
entendia os rodapés da sua vida.
As
pessoas conheciam seu passado, sua infância, mas não seu presente. O presente
mais próximo era a fofoca sobre o moço novo que rondava sua casa. ‘Ah esses vizinhos...
’ lamentava quando sua mãe indagava quem ele era. Disfarçava com um leve
sorriso e logo se voltava para o jogo de futebol sob seu jardim. Que horas eram
mesmo?
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