quinta-feira, dezembro 22, 2011

A geração do macarrão instantâneo


O presente, uma caixa pequenina onde cabe nossa manhã, nossa tarde, nossa semana, nosso mês. O presente no qual o agora, o instantâneo e o imediato são parceiros muito além de sinônimos. O passado é o ontem já distante, o futuro é o amanhã outrora longe, calculado, hoje anotado com dois, três rabiscos em uma agenda.
Rasgue a folinha do calendário e verá o tempo mais rápido. O tempo é constante, suas inconstâncias momentâneas é que fazem a sensação do seu relógio interno ser acelerado. Um minuto choveu, no outro escureceu, o sol saiu, ou é o inverso? Não sei, não tive tempo de olhar para o céu.
A geração do macarrão instantâneo nos consome. Século XXI computador em mãos, nos pés, nos olhos. Energia que se esvai perante o emaranhado de fios da sua mesa do escritório. Já dizia o poeta “o futuro a Deus pertence”, mas quem é Deus? Não sei, não tenho tempo para perder com fé. Fé, palavra erroneamente ligada a um passado, meu e seu, hoje.
Presente, dia a dia, presentismo dos nossos dias nos dão hoje: solidão, limites, prisão, paradoxos.
Entenda quem quiser, tire um tempo. 

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