terça-feira, janeiro 10, 2012

Devaneios de um carrossel



Inversamente proporcional a tudo que desejamos é a vontade de permanecer no lugar. São tantos planos e vontades que às vezes a janela não é tão grande, mas também pode ser pequena demais. Criamos razões e direções que nem sempre são as corretas, mas o certo e  o errado viraram tão relativos quanto a expectativa de vida de um gato hoje em dia (não mais 7 vidas). Já escrevi sobre a superficialidade do tempo em nosso cotidiano, mas é só quando o começo do ano está correndo que você percebe o quanto isso é errado, inversamente proporcional ao tempo do fim de ano é a lentidão proposta de janeiro a abril. O quão louco isso possa parecer é você mesmo quem determina.
Não faço mais divagações sobre as cores das estações ou a continuidade dos meus capítulos, pois eles estão estacionados na folha do calendário, ou em uma página perdida da minha agenda de 2011. Os dias demonstram o quanto simples e complicado são os espaços que você busca e não adianta dizer que o ócio é criativo o suficiente para suprir suas expectativas.
As notas de rodapé são as mais prazerosas quando se pretende viver uma vida de excessos. É só questão de tempo para descobrir isso. Essa sensação de querer estar em todos os cantos e ao menos sair de seu quarto é tão intensa que nem sempre um livro resolve seu problema. Encontrar a chave desse carrossel é difícil.
Mudar de posições durante a vida faz parte, só nunca mude sua visão política, porque isso seria trair sua juventude. Eu quero sentar e reler meus textos daqui 50 anos e buscar algum sentido na vida que trilhei e, se um dia achar, que pelo menos tenha sido completo e sem muitas vírgulas.

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