sexta-feira, abril 15, 2011

Ele só queria que o sol mudasse de cor

Era uma vez um menino que vivia sentado em baixo da última árvore no fundo do quintal de casa. Por entre as brechas dos galhos ele podia ver os raios do sol. Tão amarelos cedo e muitas vezes laranjas ao fim do dia.
Certa manhã percebeu que o verde das folhas não combinavam com o amarelo doce e suave do sol. Pensou que uma cor mais escura fosse de melhor agrado. Foi então que decidiu mudar a cor do sol.
No fim da tarde subiu a copa da árvore e se esforçando para não sair do ângulo exato em que sua visão  habitual, no pé da árvore, fazia com que o sol ficasse entre os ramos das folhagens, pintou de vermelho três galhos.
Novamente ao chão, sentou-se e ao olhar para cima sorriu, mas dois minutos depois observou que não havia muito sentido em um sol vermelho, pois naquele período da tarde ele já ficava tão laranja que parecia um vermelho.Além disso, o vermelho era forte demais para ser o ponto certo entre a suavidade da natureza. Não contente resolveu trocar de cor.
No dia seguinte, munido de uma aquarela , subiu novamente na árvore e coloriu as folhas conforte o gosto de cada ramo. Ao descer se deparou com um arco-íris particular e sempre presente, talvez não nos mesmos formatos, mas só seu. 
Ao contrário dos arco-íris convencionais, aquele em seu final não havia potes de ouro, ou duendes e gnomos. Ao fim do arco-íris havia um menino, sentado, observando o céu, o sol e o colorir de uma imaginação que buscava mudar seu mundo a partir das circunstâncias que lhe eram impostas. 
Ao imaginar que o sol tivesse outra cor, recebeu em troca a chance de trocar de cor, trocar a cor de seu sonhar e de seu iluminar.
E ao cantarolar dos pássaros, que viram naqueles mesmos ramos coloridos, oportunidade de gerar vidas e seus ninhos ganharam cor, sentava todos os dias a observar as nuvens e balançar dos galhos conforme a dança do vento.
Ele só queria que o sol mudasse de cor e assim o fez.

terça-feira, abril 12, 2011

Um minuto de silêncio

Semana extremamente tensa a que passou. Quando imaginamos que nada de mais interessante poderia acontecer, explode uma bomba como a triste notícia das mortes na escola de Realengo no Rio de Janeiro. Acho  impossível não comentar nada sobre esse fato.
O mais complicado disso tudo é pensar que poderia ser como você e que ninguém está livre de um fato desses. Sim, é verdade você pode presenciar ou vivenciar algo parecido.
Em nossa sociedade atual o desequilíbrio e a falta de educação está tão arraigada que casos como esses que sempre imaginamos só ver em outros países possam acontecer com mais frequência. É lamentável, mas nossa realidade é lamentável. O difícil é encontrar os culpados. O atirador era uma pessoa com problemas psiquiátricos, isso ninguém mais duvida, mas será que todas as influências, boas ou não, que ele recebeu na vida não ajudaram a alimentar sua fúria com a humanidade? Punir crianças sempre doí mais e ele sabia disso.
A minha unica questão aqui é, será que não estamos criando mais monstros do que deveríamos? Será que a nossa sociedade sabe lidar com tamanhas cargas emocionais que as futuras gerações estão vivenciando todos os dias? Eu acho que não. Cabe a escola, o Estado e, principalmente, a cada um de nós, refletir e agir contra essas inquietações. 
As família dessa tragédia só posso desejar força e fé. O amor supera tudo e essa corrente é maior.
Um minuto de silêncio basta apenas para uma homenagem, um minuto de loucura fere mais que anos de vida, um minuto de maldade vale (?) pelo fim de várias vidas.

domingo, abril 03, 2011

Um passo adiante, um passo atrás

Em tempos em que a modernidade está tão em voga, o que fazer com certos conceitos tão ultrapassados?
Essa semana o estopim de preconceitos foi extremamente constrangedor.  O que fazer com uma sociedade recheada de personagens que teimam em ser protagonistas quando não se dão bem nem com o papel de vilão. A figuração deles já deveria ser banida.
Quando ouvimos que certos conceitos estão tão arraigados em nossa cultura que acabam virando rotineiros, sinto que estou em um abismo prestes a desmoronar. Não é cultural. O ser humano possui um dom de ser detestável que muitas vezes certas atitudes são suficientes para ele se resguardar a sua insignificância.
Quero crer que ainda posso ter esperança, mas o primeiro passo é fazer com que a nossa geração e as que vem por aí não aprendam com esses figurantes. E que o mais importante é o respeito e a cumplicidade. Somos todos iguais e isso nunca vai mudar.
E a velha frase sempre retorna 'Não acomodar com o que incomoda'