sexta-feira, setembro 13, 2013

Amargura

Prefiro que me digam coisas doces, o amargo da vida ja me basta. Adoço meu café com quase meio quilo de açúcar, de amargo já me basta a vida. Um toque de leite pra tirar a escuridão. Prefiro os doces graudos da prateleira da padaria, pois de pequeno já me bastam os contornos. 
Eis o pote de chocolate meio amargo que me dei ontem, de amargo que me tiro só há o doce que me sobra. Amargos doces pedaços de vida.

sábado, julho 06, 2013

As rodas do destino


Passados os dias de que tudo aconteceu se há mais certeza de alguns fatos, não todos, pois as certezas são maleáveis. Tudo o que vivenciei nesses últimos tempos me transportaram para um mundo que não achei que pudesse viver nessa vida. Pois vivi. Não totalmente como gostaria, mas em boa parte como os livros retratavam, mesmo com a presença da mídia.
Vi o povo entrar rua a dentro em busca de uma forma de mudar as coisas, ela foi alçada, não sei se será alcançada, mas é um começo. Mesmo breve.
Tudo mudou muito rápido, os discursos se inverteram, as cores da bandeira não fizeram mais sentido. 
Entretanto, ainda acho que o primeiro passo foi dado, só é preciso ajustar os próximos...

quinta-feira, abril 18, 2013

Outro fim de um fim



Eram assim tardes sem fim
Onde o fim se encontrava ao redor
Largos pedaços de vento
Quebrando o ar gélido do tempo

Tão intensos e tênues são os fins
Alguns lentos, densos
Outros apenas outros

Não se descreve um meio fio
Uma meia vida
Um fim por vir

Queria em um templo
Ao som do tempo
Que um dia deixei por vir

Ao som das flautas e das arpas
Dos cantos dos pequenos
Dos meus pequenos
Que vou deixar ao partir

É o fim do fim
A página não mais virará
O sol não nascerá
E eu irei partir

Feito um anjo em seu encanto
Excluídos os meus prantos
Deixando apenas aquilo que irão chorar
Por mim



quarta-feira, abril 17, 2013

Afinidades

De afinidades em afinidades fomos criando um vínculo ancorado na rotina da distância. E eis que o que seduz, distancia.
E talvez seja por isso que busco afinidades naquilo que, talvez, nunca terei. Mas eu sempre prefiro acreditar no talvez.

quinta-feira, março 21, 2013

Abotoaduras do cotidiano



Alguns traçados dados como certos por vezes não saem como o combinado. Aquilo que estava nos planos, nos sonhos e já nos dramas pode simplesmente voar pela janela mais próxima. Chances e mais chances estão por todos os vãos, mas são tão difíceis de serem tiradas das entranhas dos azulejos e tacos soltos.
Por baixo do piso há sempre algo preto e nebuloso, obscuro por vezes. As chances são expostas, oferecidas como mercadoria em uma prateleira lustrosa de supermercado. Só que nem sempre são essas as que o seu traçado tinha traçado. O depósito sujo e mal organizado pode guardar diversos utensílios perdidos, sem uso, mas que são úteis.
Alguns traçados levam tempo para darem certo, outros são tímidos e meio tortos, mas não prometem um plano perfeito que tira as chances dos azulejos num piscar de olhos. Não, não é tão simples assim. 
Por vezes é mais fácil rasgar a folha e começar de novo. Sem traçados longos demais, pelo qual ele veja a chance de encontrar uma curva para voltar. São as linhas não tão retas que montam o esquema perfeito para retirar as chances dos cantos do piso.
Os rodapés estão presentes, são pratos cheios para se lambuzar, mas ao menor toque desmontam, rasos e soltos. Assim como os pisos soltos e os azulejos que cobrem as chances. Amontoados de abotoaduras que pregamos lentamente em nosso traçado original que já ganhou tantas voltas e remendos que nem sabe mais se o título original ainda lhe cabe.
De certo ao menos o traçado de amanhã, estando presente ou não pode indicar o primeiro fio para retirar uma chance de baixo do azulejo seguinte.

sexta-feira, janeiro 18, 2013

Cautela e nutella




É muito difícil mover uma etapa. Os blocos do tempo são pesados, mesmo que seu tamanho não seja tão proporcional ao seu peso, mudar de direção, dar o próximo passo; tudo depende de um pouco de força de vontade e disposição. E não importa o mês do ano. É sempre mais fácil virar o rosto e não perceber que a porta está ali, entreaberta, esperando um único empurrão para permitir a entrada.
Entrar em um novo compasso só faz com que os espaços costumeiros percam suas cores e ganhem novas tonalidades. Querer buscar a chance sem sair do lugar pode ser uma alternativa, mas tenha certeza que é só o começo do passo. Mover requer movimento, troca. Sem mais, o importante é acreditar.
Só anda com fé quem costuma acreditar que o próximo passo pode não ser tão distante.
E que o treze que vem ao fim desse ano seja o primeiro passo para as novas e reais mudanças, em seu mesmo lugar, ou além. 
Sem mais, uma dose de cautela, por favor.