quinta-feira, abril 15, 2010

2012 é logo ali

Boa noite. Desculpe a demora pela postagem, mas estou tão atordoada e tão sem tempo com as minhas coisas que deixei a internet meio de lado essas semanas. Porém, venho com notícias novas!
Vou iniciar minha iniciação científica, sobre Cultura e Sociedade no Rio de Janeiro no século XIX, estou muito feliz com isso, pois sei que é um grande passo na minha vida acadêmica e sei que irá me ajudar muito para o resto do meu curso. Ainda estou muito no começo, conversando com a minha professora sobre um bom recorte no tema para o foco ser preciso e suficiente para que a minha pesquisa seja aprovada.
Além disso, estou me dedicando bastante a faculdade esse semestre, pois não posso ter nenhuma nota ruim e poder ter tempo de sobra daqui uns tempos.
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Deixando de lado minha vida pessoal, os acontecimentos que vem ocorrendo durante essas semanas são fundamentais para diversas discussões que sempre tento levantar aqui no blog, como a questão da natureza e a humanidade (as chuvas destruidoras no Rio de Janeiro) e a questão de todo o embate sobre a hidrelétrica de Belo Monte.
Hoje tive uma aula sobre a Revolta da Vacina e pude notar elementos que eclodem até hoje em nossa sociedade. Sem considerar a revolta em si, um assunto que me chamou a atenção e que achei muito elucidativo sobre essa questão dos desmoronamentos causados pela chuva foi o fato de no início do século XX o governo brasileiro ter investido muito para a modernização da cidade do Rio de Janeiro, com isso fez com que a população mais pobre da cidade, que habitava os cortiços na região central, fosse expulsa de suas casas (por meio da violência). Esse foi um dos pontos chaves para a constante mudança da população para os morros da cidade.
A chuva em excesso no Rio nos faz voltar para antigas questões sobre a habitação irregular de áreas de constate risco. Mesmo esse problema da chuva ser recente, não podemos deixar de recorrer a história para poder entender o porquê dessas condições em que muitos brasileiros sofrem e sofreram durante muito anos.
Muitas são as justificativas, porém muito poucas são as soluções que vemos sobre esse assunto. Um problema que atravessou o século sem ao menos existir uma remota possibilidade de ser solucionado completamente.
Além dos problemas habitacionais há também a questão do por que essas constantes mudanças no clima nos afetam cada vez mais rápido. A resposta é simples, porque não estamos dando valor ao nosso planeta e mesmo com todos os avisos que a natureza está nos passando ultimamente não fazemos nada.
Ninguém mais acredita naquele discurso do "faça sua parte”, pois o pensamento utópico realista está mais uma vez predominando. "Se ninguém faz nada, eu sozinho não posso mudar o mundo. Está tudo perdido, 2012 tá chegando mesmo" essa é uma das frases que eu mais escuto nos últimos tempos e minha resposta para isso é essa:
SIM VOCÊ PODE MUDAR SOZINHO, além de mudar suas atitudes você influencia outras pessoas a repensarem as próprias atitudes!
E o que a revolta da vacina, as chuvas no Rio de Janeiro e utopia realista tem em comum? Tudo. Se fossemos tão espertos como muitos dizem que somos os erros do passado não seriam repetidos e sim corrigidos. E a constante descrença na natureza e na própria humanidade nos torna cegos para os problemas do mundo. Além disso, a expressão mais propicia par todos esse problemas é a falta de consciência, algo totalmente perdido hoje em dia, mas acredito que pode ser recuperado.
O mais importante é não deixar de crer que nós ainda podemos modificar essa história sem repetir os erros passados.


"Não acomodar com o que incomoda"

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P.S: Vou deixar a questão sobre Belo Monte para um post único.

terça-feira, abril 06, 2010

O mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões à pó..."

Faz alguns dias que diversas idéias tentam se sintetizar em minha mente, tentando me fazer começar a crer nelas e a segui-las.
Nunca fui uma pessoa polêmica na visão dos outros, tenho meus valores, meus conceitos, meu ideiais, mas nunca cheguei e expressar eles na cara de ninguém. Nesse exato momento da minha vida vejo que chegou a hora de defender meus pensamentos e as minhas influências. Acho que ainda estou absorvendo certas realidades e certos conceitos, mas sei que é chegado o momento de me expressar sobre eles e sei que esse blog é o meu porto seguro.

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Em qual momento da sua vida você se depara e pensa sobre as suas crenças e as sua influências no tempo presente? Acho que hoje o mundo se dedicou tanto em viver o momento, em esquecer o passado e em não pensar no futuro que esquece de sonhar.
As pessoas insistem tanto em não sonhar, em não acreditar mais em nada e acabam se abraçam em um realismo utópico. O realismo é a utopia do século XXI. Cheguei a essa conclusão a um tempo atrás quando lia um livro para um trabalho de História Moderna sobre o Iluminismo.
Eu explico, se para você não faz sentido essa afirmação. Quantas vezes você parou e conversou com você mesmo sobre o que acontece ao seu redor? Quantas vezes você acreditou em um ideal? Quantas vezes você acreditou em você mesmo nesses últimos tempos? A resposta é nenhuma vez, ou quase nunca. Agora você pode reler a frase e pensar sobre ela.Contudo você pode me rebater dizendo que se as pessoas não forem realistas elas não sobrevivem no mundo atual; eu até concordo que uma dose de realismo nos mantém com os pés no chão e não nos faz fantasiar demais, porém o realismo que eu retruco é a falta de sonhos da humanidade, a falta de compreensão, a falta de amor ao próximo, a falta do respeito com a vida, com a natureza, com seu país, com você mesmo.
Suas crenças podem ser opostas, mas posso usar o exemplo de Jesus Cristo, um marco, um mito, um idealista, ou um Rei? Tudo. A mesma essência reunida em apenas um ser, um santo. Jesus é o maior sonhador da terra, e não veja o termo como alguém que não vive em contato real com o mundo, mas sim como o homem que acreditou na humanidade, nos salvou e até hoje nos mostra o caminho ideal para se seguir, o caminho do amor. Se cada um de nós seguir pelo menos metade dos ensinamentos de Cristo a humanidade seria outra.
Um momento de reflexão é o que eu peço para cada pessoa que ler esse post, um minuto de amor ao próximo, um minuto de respeito com a natureza, um minuto de consciência sobre seu papel no mundo.
Finalizo esse devaneio utilizando uma frase da Marina Silva que li domingo no jornal na qual ela se refere a Dom Quixote relacionado algo de sua campanha, mas acho que serve muito para o momento:

"A única diferença é que ele (Dom Quixote) duelava com moinhos de vento como se fossem gigantes, e eu duelo com gigantes como se fossem moinhos de vento. Somos igualmente quixotescos"

Um passo de cada vez. Uma luta por dia, uma revolução pela vida.

Vivendo a revolução.

quinta-feira, abril 01, 2010

Pesadelo

Lispector me entenderia...

"Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo. Gênero não me pega mais. Além do mais, a vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora. Entender é sempre limitado. As coisas não precisam mais fazer sentido. Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada. Porque no fundo a gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro."


(Clarice Lispector)