terça-feira, junho 19, 2012

Um faz de conta às escuras



Era sempre dia no faz de conta da noite. Dias sem fim, pequenos penhascos contraditórios. O horizonte nem sempre reservava algo de positivo, mas ela sempre esperava sua hora de reinar. E mesmo quando essa hora chegava, lenta, ás vezes cinza, cheia de nuvens que a escondiam, parecia sempre distante. 
Segunda, terça, quarta...A noite nunca tem tanta importância nos dias de feira, talvez só a sexta proporcione alguma importância a ela. Os fins de semana reuniam alguns destaques, mas era só algum pingo metido resolver cair que lá vai ela de novo se recolher ao primeiro reclame. E há quem diga que é de noites que os dias são feitos. 
Os pontos luminosos que alguns chamam de estrelas, respingos de luz, pontinhos coloridos, brilho no breu, o que for, estão sempre lá, são companheiros da noite, os únicos que são tão escondidos quanto a mesma. O faz de conta da noite é lembrar-se que o dia é sempre bem-vindo e que quando ela chega para reinar tem sempre uma meia dúzia para observar. E dizem que às escuras é que as coisas se revelam.
Não importa quanto alguns lhe deem atenção, a noite sempre vai viver em seu faz de conta, no qual o dia  será sempre obscuro para ela. Teime quanto for, é sempre dia no dia a dia da noite.

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