sábado, março 08, 2014

Cronologia de um eu

Houve um tempo em que o silêncio era o senhor da razão. A reflexão, o ato de se recolher em seu eu, era o ponto alto da sabedoria humana.
Haviam aqueles que se sentavam em uma pedra no alto da montanha, ou se escondiam em cavernas. Refletindo. Com o passar dos anos escrever, ler, se tornou uma parte importante desse silêncio interior. Não havia necessidade da fala se as palavras podiam gritar pelas folhas escritas.
Chegou um tempo em que o diálogo ganha sua função, dizer aos outros o que o eu está pensando, sentindo.
E nasceram as loucuras. Os gritos, a necessidade se partilha sem se perder. E foi nesse momento que partiu o ato da reflexão. Nos dias de hoje o diálogo evoluiu, se tornou modelado conforme cada eu. Nem sempre perfeito, nem sempre constante. O futuro promete a volta do silêncio, o diálogo com seus dedos e com uma pequena tela. Perca-se em um mundo recheado de egos confusos tentando dividir a atenção de um eu sozinho. Mesmo onde há sempre um lado positivo, a falta da evolução do diálogo ainda irá sufocar a humanidade dentro de uma caverna, ou escondido em uma montanha que cada um lapidou.


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