terça-feira, julho 07, 2015

Leminski me entenderia. Ou não.





Leminski um dia disse: "Repara bem no que eu não digo". E disse dizendo para aquele que não ouvia por dentro. Hoje, eu, digo mais do que reparo. E ando dizendo demais.
Perdoe-me poeta, mas me perdi. Estou perdida em tantos dizeres mal ditos e tantos ditos mal feitos. Logo eu que nunca dizia nada, só escrevia. Hoje em dia digo demais e ando ferindo demais quem não deveria. Então faço promessas de não dizer mais nada, mas sei que de nada o meu dizer é pouco. Digo muito aqui por dentro e falo muito solta no vento.
Meus dizeres têm destino, tem caminho, mesmo que nem sempre tenham sentido. Crio causos entre meus dizeres, me perco e digo mais do que queria. Ou queria, mas não podia. Mas, só tenho a dizer a quem sempre digo demais, que não mais viver sei esperando que repares no que eu não digo. Não tenho mais tempo de espera, pois senão te perco nela.
Perdoe-me, destino dos meus dizeres, por dizer demais o que sempre digo e por te ferir demasiadamente com isso. Entenda que aqui dentro dormia um conto em branco que vai se preenchendo conforme essa sucessão de dizeres vão se soltando. Serei um dito mal dito tentando sempre ser bem visto por ti. E assim sigo, dizendo o que digo, evitando tais ditos, aguardando ser visto e te esperando no final de tudo isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário