segunda-feira, outubro 18, 2010

Silêncio

O escuro do quarto era intrigante, dentro do peito a sensação de um emaranhado de sentimentos e no corpo a sensação de três dias sem dormir. A escuridão conforta, mas engole. O som não era mais o mesmo. O barulho ensurdecedor das buzinas na rua em baixo sufocava. Nem o som do mar confortava.

Era mais uma noite densa. Todas as dúvidas e incertezas afloravam e os devaneios rotineiros se escondiam ao redor do quarto em uma espécie de brincadeira de mau gosto.
Mãos na cabeça, pés na parede, coração pulsante, olhos cravos no negro do teto.
- Por que voltou? - indagou ao vento.
- Achei que fosse pra sempre, adeus. Não volta mais. - respondeu o silêncio.
E o soar dos carros passando. O silêncio é eloquente.

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