segunda-feira, agosto 01, 2011

Conversas que não são jogadas fora

-Ao conto de fadas eu reservo meu alento. Foi com ele que descobri o prazer de mergulhar em um novo mundo e recriá-lo dentro de mim, a imaginação é a porta de entrada para tudo que já construí na vida. E eu ainda tenho muitas portas para abrir. Mas você sabe que tudo que já vivi nesse meu universo paralelo de imensidões mutáveis e intensidades instantâneas também me levou a descrer e crer em coisas que nunca tive acesso. E não me refiro a nada que me seja de valor, mas sim pequenos sonhos frustados atrás de papéis. Muitos deles já amarelos naquelas tarde quentes e úmidas no sebo do meu avô. Olhou ao redor e mexeu nas orelhas das folhas sobre a mesa. - Tudo que aprendi foi ali, um pouco na rua, a mesa de bar também é uma grande escola. Tudo que não vivi também foi ali e é isso que me preocupa.
Mexeu nas folhas que estavam na mesa e organizou daquela maneira frenética de quando estava nervosa. Ele observou suas mãos trêmulas e segurou-as com leveza. Trocaram um olhar de cumplicidade. A confirmação estava por vir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário